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Após ser pedida em casamento nas Olimpíadas do Rio, atleta do rugby brasileiro busca diversidade no esporte

Casada com Marjorie, Izzy Cerullo reconhece as dificuldades de ser LGBT+ no esporte e busca erguer sua voz para defender a comunidade.

Há cinco anos, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Izzy Cerullo enfrentou uma emoção dupla: além de disputar as Olimpíadas pela primeira vez como atleta de rugby, também foi pedida em casamento. Preparando-se para a edição de Tóquio, ela denuncia a homofobia no esporte. 

Em entrevista à Universa, ela lembra como foi ficar noiva de Marjorie Enya, hoje sua esposa, que trabalha como manager da seleção brasileira feminina de rugby. “Ela disse que eu teria que dar uma entrevista depois da cerimônia de entrega das medalhas. Entrei com a equipe no estádio vazio, depois dos jogos, e ela estava com o microfone na mão, muito emocionada”, conta. “Ali, na frente das pessoas que a gente ama, fui pedida em casamento. Ainda fico boba de lembrar.”

Dessa forma, elas noivaram em meio aos Jogos Olímpicos e depois se casaram, em uma cerimônia íntima, com poucas pessoas. O que elas não esperavam era a repercussão que seu casamento teria na mídia, uma vez que receberam muitos pedidos de entrevista. Para Izzy, isso provavelmente se deve ao fato de as pessoas não normalizarem a presença de pessoas LGBTQIA+ nos ambientes esportivos.

“Conforme o tempo foi passando, nos demos conta do privilégio que é poder fazer uma demonstração dessas dentro do rugby, sem medo de não ser aceito, de sofrer algum preconceito”, revela à Universa.

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Diversidade no esporte

Com a repercussão de sua união, a atleta de rugby diz que entendeu a importância de defender a diversidade em um meio tão opressor quanto o esporte. Assim, Izzy reconhece que busca contribuir para fazer as pessoas repensarem as atitudes homofóbicas, um trabalho de formiga, no qual ela acredita conseguir resultados. 

“Dentro da seleção, por exemplo, ainda rolava a palavra ‘viado’, de forma pejorativa, e eu comecei a pegar no pé. Quando rolava, eu cortava, reclamava, até que um dia alguém perguntou por que não podia usar o termo — era o momento que eu estava esperando, porque aí pude explicar que é um xingamento homofóbico e que pessoas podem se sentir ofendidas com isso”, exemplifica.

Para a Universa, Izzy explica que a sociedade remete características do esporte, como agilidade, velocidade e força aos gêneros, ideia que faz desse meio machista e homofóbico. Sobre o rugby, ela expõe que as mulheres costumam ouvir que vão perder sua feminilidade, já que o esporte é visto como “masculino”.

Izzy reconhece que os estereótipos machistas e homofóbicos ainda estão muito presentes no universo esportivo. Assim, defende a luta por igualdade. Foto: Julia Rodrigues/UOL

É preciso lutar contra a discriminação

Segundo Izzy, o esporte precisa marcar posição contra a discriminação, por meio de atitudes que protejam os atletas contra a LGBTfobia. Para a Universa, ela acrescenta que o silêncio nesse meio desfavorece os que fogem ao “padrão” heterossexual, pois não podem se manifestar livremente. 

“Meu sonho é que cada vez mais atletas se sintam confortáveis sendo eles mesmos, em todos os sentidos. Se isso significa levantar a bandeira no estádio, usar um broche do arco-íris ou mencionar a namorada ou namorado em uma entrevista coletiva, tanto faz. Cada um tem um jeito de se expressar, o importante é que possam fazer isso”, defende.

Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.

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Isabela Stanga

Estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná, que ama aprender sobre tudo e conversar sobre suas descobertas. Curitibana, mas São Joseense de coração, indecisa e de riso fácil... Disposta a tornar o mundo um lugar um pouco melhor ;)

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