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Comunidade utiliza “fossas ecológicas” para tratamento de esgoto

Uma comunidade de Campo Magro, no Paraná, utiliza fossas ecológicas como alternativa para o tratamento do esgoto
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(Foto: Divulgação)

Uma comunidade de Campo Magro, no Paraná, adotou o uso de fossas ecológicas para o tratamento do esgoto. A comunidade Nova Esperança não tem saneamento básico e esse foi o método encontrado para ser amigável ao meio ambiente.

O sistema de tratamento é feito com pneus, que criam uma câmara de fermentação; caliças, que ajudam a filtrar a água negra; pedra brita, onde as bananeiras se enraízam; areia, que ajuda na filtragem; terra, onde plantas colocadas e dutos de inspeção, que ajudam a aliviar a pressão de gases formados dentro da fossa.

Um estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com o Centro de Estudos em Planejamento e Políticas Urbanas (Ceppur) e outros grupos parceiros foi essencial para a permanência da comunidade Nova Esperança no local, mesmo sem saneamento. 

Um dos riscos levantados era em relação ao lençol freático sofrer alterações de rebaixamento, de forma natural ou induzida. Assim, o terreno pode ceder e formar uma cratera, engolindo construções e oferecendo risco às famílias. Com o estudo realizado pela UFPR, todas as áreas de risco foram mapeadas.

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Um dos cuidados mais importantes é manter a preservação do lençol freático em Campo Magro. No entanto, a cidade fica em cima do Aquífero Karst, uma reserva de água subterrânea que se estende por vários municípios do Paraná. Locais sem saneamento básico, com esgoto a céu aberto, são grandes causadores de poluição nas águas subterrâneas. Porém, a comunidade Nova Esperança, mesmo sendo um local de ocupação, tem a organização de lideranças que não permite que isso aconteça. Desde 2021, mais de mil famílias já instalaram nas casas o sistema para descartar o esgoto do banheiro.

Cada fossa ecológica tem cerca de 1,2 metro de profundidade e 3 metros de largura. As fossas ecológicas adotadas pela comunidade funcionam por meio de um sistema chamado Tanque de Evapotranspiração (Tevap). O buraco aberto nos terrenos é revestido com cimento e recebe pneus em fileira e diferentes camadas de pedra brita, areia e caliça, como se fosse uma câmara de fermentação. Esse tanque impermeabilizado recebe o esgoto do vaso sanitário, que aloja as bactérias para não prejudicar a natureza. 

As raízes de mudas de bananeiras, plantadas ao redor do tanque, aproveitam a água filtrada e os nutrientes gerados. O processo não gera odores nem vazamentos.

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*Leandro Bernardi, sob orientação de Ana Flavia Silva