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Engenheira ambiental comanda projetos para melhorar a qualidade de vida de mulheres e auxilia feirantes na venda online

Além de engenheira, Aline Matulja também é empresária e influenciadora. Em suas redes sociais, discute sustentabilidade de forma simples e acessível
Além de engenheira, Aline Matulja também é empresária e influenciadora. Em suas redes sociais, discute sustentabilidade de forma simples e acessível

Aos 17 anos, a paulista Aline Matulja decidiu cursar engenharia ambiental, para ser uma “médica do meio ambiente”. Hoje, além de engenheira, ela também é empresária, influenciadora digital e empresária. Com seu trabalho, deseja melhorar a vida das comunidades, construindo banheiros e vendendo hortaliças online. 

Mas nem sempre foi assim. Antes da decisão da carreira, ela reconhece que o consumo esteve muito presente em sua vida, sem espaço para a sustentabilidade. Em entrevista para o portal Ecoa (do Uol), Aline afirma que, depois de um passeio por parques nacionais, ela decidiu focar no meio ambiente como profissão.

Ela trabalhou por um tempo como consultora de uma empresa privada, porém expõe que existia muita corrupção nesse meio e apenas um falso interesse na sustentabilidade. Assim, ela resolveu abrir a sua própria empresa de engenharia verde, a Roda Ambiental, a fim de atender projetos menores. “As empresas pequenas têm muito mais vontade de transformar seus negócios e torná-los melhores para o mundo”, relata.

Ainda na decisão de investir, Aline criou os projetos Sana e Faz a Feira, que atualmente fornecem auxílio a mulheres e feirantes, melhorando sua qualidade de vida.

Banheiros mudam vidas

Em 2016, a engenheira decidiu levar um cômodo tão simples, contudo tão essencial – o banheiro – para mulheres que não têm acesso a ele. Seu objetivo era ajudá-las, para não sofrerem constrangimentos sexuais e dificuldades na menstruação devido à falta de um banheiro. 

O projeto inicialmente se chamava “Banheiros Salvam Vidas” e chegou ao Maranhão graças a Aline, com ajuda da arquiteta Elena Caldini e da bióloga Marina Donnin. Hoje, a iniciativa tem nome de Sana e constrói banheiros em comunidades mapeadas de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios feita pelo IBGE.

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O objetivo do Sana é construir banheiros para ajudar a população, com um recorte de gênero. Foto: Sana/ Divulgação

Atualmente, por conta da pandemia de covid-19, os banheiros não estão sendo construídos, entretanto Aline explica que o projeto passou a desenvolver uma tecnologia que permite realizar as obras de maneira mais fácil e barata. Empresas e comunidade em geral podem contribuir com o Sana, clique aqui para saber como ajudar.

Fazendo a feira dentro de casa

O impacto da covid-19 para os comércio foi expressivo, sobretudo para os feirantes. Durante a pandemia, o diálogo entre vendedor e consumidor de produtos orgânicos diminuiu, o que dificultou ainda mais as vendas. 

A fim de ajudar os feirantes a venderem seus produtos de forma remota, Aline desenvolveu a Faz a Feira,  plataforma 100% gratuita que conta com mais de 80 produtores orgânicos e agroecológicos. Por meio dela, o cliente seleciona a sua localização, pode encontrar o vendedor mais próximo e negociar a compra pelo próprio aplicativo. 

De acordo com Juliana Barga, dona da loja de granolas, pasta de castanha e ghee Mistura Artesanal, a plataforma possibilitou a passagem do comércio para o e-commerce. “Desde 2016, quando criei a Mistura Artesanal, eu tinha uma enorme dificuldade em pensar nessa logística de e-commerce e eles trouxeram tudo pronto. Ter conhecido o projeto foi uma alegria enorme”, reconhece em entrevista à Ecoa.

Fazer a diferença

De acordo com Aline, muito se fala sobre a sustentabilidade no exterior, mas é preciso mobilizá-la no Brasil. Foto: Aline Matulja/ Arquivo Pessoal

Com quase 30 mil seguidores no Instagram, Aline compartilha noções de sustentabilidade descomplicadas por meio de suas redes sociais. Ela usa linguagem simples e até memes para explicar o que é compostagem, por exemplo. 

Mesmo que não goste de se dizer influenciadora, a engenheira deseja fazer a sua parte para mobilizar a sustentabilidade. Em entrevista para a Ecoa, ela defende que a indignação é uma fagulha para começar um projeto de consciência. “Tem uma frase de Mahatma Gandhi que eu gosto muito e que diz assim: ‘Qualquer coisa que você faça será insignificante, mas é muito importante que você a faça. Pois ninguém o fará por você’, reflete.

Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.