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Mãe e filha possuem perfil no Instagram para homenagear mulheres importantes

Clarinha, de oito anos, ama reproduzir as fotos: “Eu e minha mãe sempre procuramos mulheres que lutaram ou que lutam pelos seus direitos”.
Clarinha, de oito anos, ama reproduzir as fotos das mulheres: “Eu e minha mãe sempre procuramos mulheres que lutaram ou que lutam pelos seus direitos”

Uma menina de oito anos, que mora no extremo leste de São Paulo e estuda em escola pública. Essa é Clarinha Larchete, descrita por ela mesma para a Folha de São Paulo. Contudo, ela já passou por muitas situações difíceis, uma vez que já sofreu racismo três vezes na escola.

A sua mãe, Daiane, gosta de fazer tranças no cabelo da filha. “Tinha uma menina que sempre falava que tava feio, que parecia um monte de lixo”, conta Clara. “Já sofri racismo, mas aprendi com meus pais que eu devo ser forte”, explica à Folha.

Para que a filha pudesse apreciar sua própria beleza e reconhecer sua força, Daiane decidiu abrir um perfil no Instagram, que hoje já possui mais de 30 mil seguidores. Assim, ela fotografa Clarinha em poses e trajes de mulheres importantes para a história da humanidade.

“Abri esse perfil para ela conhecer mulheres negras parecidas com ela, que lutaram para chegar onde estão”, afirma Daiane.

Entre as figuras imitadas por Clarinha estão a filósofa brasileira Djamila Ribeiro (foto), a pintora mexicana Frida Kahlo e Conceição Evaristo, escritora brasileira. Foto: Clara e Daiane Larchete/ Arquivo Pessoal

Reconhecer e fortalecer

De acordo com a mãe de Clarinha, a menina se fortaleceu ao conhecer figuras importantes parecidas com ela. Para a Folha de São Paulo, Daiane conta que a filha gosta de fazer todas as coisas bem feitas, inclusive as fotos em homenagem às mulheres que elas escolhem. Nem todas são negras, entretanto são personagens muito importantes na luta pelos direitos das mulheres. 

“Às vezes é alguém que eu vejo, às vezes é alguém que ela vê, e o pessoal também nos manda sugestões pelo direct. A gente lê, pesquisa e constrói a cena”, explica a mãe. Dessa maneira, Clarinha se sente valorizada e também adquire conhecimento. 

À Folha, Clarinha conta que a mulher que mais gostou de representar foi Frida Kahlo, já que a pintora mexicana lutava por seu país e pelos direitos femininos. “Eu me sinto muito feliz porque o que eu aprendo posso ensinar para outras pessoas, e isso é muito legal”, finaliza. 

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Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.