Kelly Anne Ferraro queria que seu noivo Anthony pudesse “vê-la” em seu casamento. Assim, ela usou um vestido com várias texturas agradáveis ao tato, a fim de que o parceiro o sentisse.
Kelly Anne e Anthony Ferraro se casaram em outubro, depois de quatro anos de relacionamento. Querendo fazer o momento especial para o noivo, que é cego, a jovem escolheu um vestido com várias texturas, para que ele pudesse imaginar como ela estava através do tato. E funcionou, porque Anthony conseguiu imaginá-la perfeitamente! “Foi incrível. Kelly não me contou nada até ela entrar pelo corredor e eu tocá-lo”.
A noiva visitou uma loja de vestidos feitos de materiais sustentáveis. Provou vários até encontrar um com rendas de flores em relevo, veludo e diferentes tipos de tecido. Era aquele. Kelly começou a chorar imediatamente, imaginando como seria especial para Anthony. “Por ser cego, as texturas realmente importam para mim”, explica ele em suas redes sociais.
No grande dia, quando chegou ao altar, ela sussurrou em seu ouvido: “toque o vestido”. Foi o que bastou para ele cair em lágrimas.
Companheirismo e união
Anthony é atleta de luta livre, faz parte do comitê paralímpico dos Estados Unidos e também é influenciador – acumula mais de 100 mil seguidores em suas redes sociais. O jovem conheceu Kelly em um bar, quando não estava com bengala e não era guiado por ninguém. Assim, ela prontamente se ofereceu para ajudá-lo. “Eu pensei ‘essa garota é incrível”’, conta Anthony em entrevista para uma emissora de televisão americana.
Em seu primeiro encontro com Kelly, ele a chamou para assistir ao documentário “A shot in the dark” (um tiro no escuro, em tradução livre), que conta sua própria história enquanto paratleta. Ela, por sua vez, preparou uma surpresa: comprou um vestido de veludo, agradável ao tato. “Ninguém com quem eu saí antes teve esse cuidado”, lembra Anthony.

Em quatro anos de relacionamento, ele descreve Kelly como “seus olhos para o mundo”. Isso porque ele viaja muito por causa das competições e conhece muitos lugares diferentes. “Minha vida mudou depois dela. Eu viajava e não conseguia enxergar, então ela começou a descrever as paisagens para mim”. Como não se emocionar com essa história de amor?
Reportagem de Isabela Stanga, sob supervisão de Ana Flavia Silva.