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O dia em que encontrei a gratidão

Gratidão. Vamos falar sobre essa palavrinha que está tão na moda em hashtags por aí? Hoje logo depois do trabalho eu fui tentar abastecer o carro. Terceira tentativa nos últimos 7 dias – eu tinha colocado um pouquinho de combustível no começo da semana passada e tentei reabastecer outras duas vezes depois que a paralisação […]

Gratidão. Vamos falar sobre essa palavrinha que está tão na moda em hashtags por aí?

Hoje logo depois do trabalho eu fui tentar abastecer o carro. Terceira tentativa nos últimos 7 dias – eu tinha colocado um pouquinho de combustível no começo da semana passada e tentei reabastecer outras duas vezes depois que a paralisação dos caminhoneiros ganhou força e esvaziou as bombas dos postos.

Não, esse post não é sobre apoio ou ranço em relação à paralisação. Não é sobre posicionamento político. Não é sobre lutar por direitos, ser a favor ou contra a greve – nada disso. Esse post é sobre privilégios.

Quando cheguei na altura da rua que desembocava em metade da fila de motoristas que esperavam para abastecer, desisti mais uma vez. Tinha uma mulher fazendo tricô enquanto aguardava os carros avançarem nos quilômetros de espera por um pouco de gasolina. Ri sozinha e segui para casa.

No caminho pensei no quanto sou privilegiada: eu tenho absolutamente tudo o que preciso para viver. Nestes 9 dias de paralisação não me faltou nada. Eu não fui a uma festa no sábado para economizar a gasolina, mas ela não era essencial. Na venda aqui da esquina não tinha abacaxi para o chá contra rinite que minha sogra me ensinou, mas meu almoço tava ali no armário pronto para ser preparado. Eu só tenho combustível para ir ao trabalho amanhã e talvez na quinta, mas tenho condições de seguir viagem de ônibus, de bicicleta, de carona.

A gente tem tudo

Tudo o que eu preciso está ao alcance das minhas mãos. Enquanto há pessoas que tiveram cirurgias desmarcadas por falta de insumo hospitalar, a minha rotina continua a mesma. Enquanto há pessoas que passam fome todos os dias (e não só quando o quilo da batata passa a custar R$ 8), eu tenho alimentos para pelo menos mais uma semana. Eu tenho saúde, eu tenho inteligência, eu tenho paz e fé.

Quão privilegiados somos por tudo o que temos e quão cegos estamos a ponto de não perceber esses privilégios?

Tudo isso veio à minha mente nessa semana em que uma das atividades do processo de coaching era listar 40 motivos de gratidão. Tive dificuldade em pensar em tantos motivos, principalmente porque colocava tudo num único balaio: “agradeço pela vida”. Mas quando comecei a olhar cada item separadamente, percebi que até mesmo o ar que nos mantém vivos é um motivo para agradecer. E que as pessoas que estão à nossa volta são nossos verdadeiros valores. Eu posso ficar sem gasolina, sem batatas ou sem chicória, como disse a desolada senhora em uma entrevista de tv. Mas não posso deixar de perceber o quanto sou privilegiada por tudo o que me faz ser quem sou. Você já agradeceu hoje? Pelo que você tem gratidão?

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