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Rede social exclusiva para ajudar a encontrar pets perdidos – ou o dia em que eu perdi a Lúcia

Só quem já passou pela experiência de perder o seu pet sabe o sentimento (terrível) que é. Desespero, culpa, esperança, fé. Mistura tudo dentro da gente e tudo o que a gente mais quer na vida é encontrar o animalzinho. Eu passei por isso no natal de 2015. A Lúcia, minha cachorrinha, seguiu portão a […]

Só quem já passou pela experiência de perder o seu pet sabe o sentimento (terrível) que é. Desespero, culpa, esperança, fé. Mistura tudo dentro da gente e tudo o que a gente mais quer na vida é encontrar o animalzinho. Eu passei por isso no natal de 2015. A Lúcia, minha cachorrinha, seguiu portão a fora sem ninguém perceber. Meus pais só notaram no dia seguinte, já que ela vivia escondida por debaixo das camas. Eu não estava em casa. Era 19 de dezembro de 2015.

Quando minha mãe me ligou para avisar, eu saí da casa do Brunno, em Curitiba, com um misto de agonia e culpa: “Por que eu não estava em casa? Por que eu deixei ela solta no quintal?” Por que, por quê? Os dias seguintes foram de muita procura. Quilômetros rodados nas redondezas, cartazes espalhados por postes e comércios e fotos compartilhadas nas redes sociais. Naquela época, eu não conhecia a Puppyfi – plataforma criada exclusivamente para ajudar animais a retornarem para casa por meio de uma comunidade em que todos estão engajados na missão de encontrar o bichinho.

Divulgação/Puppyfi

Eu conversei com o criador do site, o Alexandre Roa, para uma matéria para a rádio onde eu trabalho. Ele conta que a ideia nasceu a partir de uma necessidade particular: ajudando um amigo que tinha perdido o cãozinho, ele criou páginas e grupos no Facebook que tiveram bastante repercussão. “Quando a gente viu, a gente tava com 40 páginas e 35 grupos. Precisamos criar uma ferramenta que juntasse todo mundo, todos os usuários e toda essa comunidade num lugar só. Aí surgiu a Puppyfi“.

Já são mais de 40 mil seguidores e 1.800 usuários ativos no site oficial. A foto e a história de cada animal cadastrado são enviadas para todas as páginas criadas por eles. O projeto se espalhou por todo o país e até para Portugal. E a ideia não é apenas trabalhar na missão de encontrar os animais perdidos, mas também arrecadar recursos para casos de resgates ou fazer a ponte entre um adotante e o pet. Cerca de 3.500 animais voltaram para casa com a ajuda do site.  Legal, né?

Divulgação/Puppyfi

Isso me faz lembrar algumas histórias do bem, como a da pitbull Kyra que foi encontrada dois anos depois de ter se perdido de casa (!). A história dela está na página “Volta pra casa Kyra” que é mantida até hoje, ajudando a divulgar casos de outros animais desaparecidos.  Outro caso que se tornou conhecido (e eu ainda torço para ter um final feliz) é o do cãozinho Maylow, que está perdido há mais de um ano. Eu não faço ideia de como é conviver com essa angústia por tanto tempo.

No desfecho da minha história, a Lúcia simplesmente voltou pra casa. No dia 26 de dezembro, eu já sentia uma dor achando que nunca mais veria minha peluda, ela apareceu no portão de casa e deu um sonoro latido como quem diz “Querida, cheguei! Abre aí!” Toda suja, cheia de lama e mato grudado no pelo. E desde então passou a ser vigiada com ainda mais atenção para evitar imprevistos. Hoje a gente mora em apê e não tem a menor chance de ela escapar. <3 A história virou até piada: “Lúcia foi visitar os parentes distantes durante o natal”.

E você, já passou por algo parecido?