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Estudante cria respirador de baixo custo para tratamento de Covid-19

Paranaense desenvolve respirador quase 30 vezes mais barato para tratar pacientes de coronavírus. Equipamento é testado em Curitiba.
respirador

Vem do Paraná uma ideia que pode contribuir para o tratamento de pacientes com Covid-19. Estudante de engenharia Civil, Robson Muniz criou um respirador mecânico quase 30 vezes mais barato do que os modelos usados atualmente em hospitais do país.

Cada unidade do aparelho desenvolvido pelo universitário custa em torno de R$ 2,5 mil para ser produzido. O valor chega a ser irrisório se comparado com os US$ 13 mil, ou R$ 69 mil, aplicados pelo governo brasileiro em cada um dos 6.500 ventiladores mecânicos comprados em abril deste ano para fortalecer a estrutura hospitalar durante a pandemia.

Para chegar ao valor de produção tão baixo, Muniz usou componentes nacionais e acessíveis, o que facilita a replicação do projeto. E o objetivo é esse mesmo. O futuro engenheiro diz que a intenção é reproduzir a experiência a nível nacional.

Respirador
Respirador de baixo custo é desenvolvido por estudante. Foto: divulgação.

Respirador em teste

Mas tudo depende do avanço dos testes e do aval da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Por enquanto, a primeira unidade vem sendo utilizada experimentalmente no Hospital Universitário Cajuru, mantido pela PUC-PR, universidade em que Muniz estuda.

O médico e diretor do hospital onde o aparelho é testado, Juliano Gasparetto, revela otimismo com os resultados obtidos até aqui. “Precisamos dessa aprovação [da Anvisa], mas pelos testes que executamos, o aparelho já teria condições de ser utilizado para atender os pacientes infectados pelo coronavírus e até em cirurgias”.

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Fazer a diferença

Para o estudante, em momentos críticos como a pandemia de coronavírus, só existem duas alternativas, “a indiferença ou o apoio”, diz. E Robson optou pela segunda opção. Ele comenta que a ideia de desenvolver o respirador de baixo custo surgiu logo no começo da crise de saúde. “Decidi que poderia utilizar o conhecimento que adquiri em quase três décadas trabalhando com eletrônica em prol da sociedade durante a pandemia”.

E assim fez. “Resolvi, então, somar o prazer da pesquisa, de poder desenvolver um novo aparelho, com a oportunidade de ajudar pessoas contaminadas pela Covid-19”, pontua o pesquisador e desenvolvedor do aparelho.

Reportagem de Higor Augusto, com supervisão de Ana Flavia Silva.