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Em pouco mais de 2 anos, robô Laura ajuda a salvar a vida de 9 mil pessoas

Funcionando por meio de inteligência artificial, o robô Laura, criado em 2016, já ajudou a salvar mais de 9 mil pessoas no Brasil. O levantamento foi feito por um cientista de dados, que atestou os números em 822 dias de funcionamento da tecnologia. Eu conheci a plataforma no dia em que foi lançada. Fiz uma […]
robô laura

Funcionando por meio de inteligência artificial, o robô Laura, criado em 2016, já ajudou a salvar mais de 9 mil pessoas no Brasil. O levantamento foi feito por um cientista de dados, que atestou os números em 822 dias de funcionamento da tecnologia.

Eu conheci a plataforma no dia em que foi lançada. Fiz uma reportagem para a tv onde trabalhava na época. Me encantei com o projeto e especialmente com a história que motivou o arquiteto de sistemas Jacson Fressatto a criar o robô.

Uma história de dor e mobilização

Laura é o nome da primeira filha de Fressatto. Aos 18 dias de vida, ela morreu vítima de sepse – mais conhecida como infecção hospitalar. A dor que o pai sentiu naqueles dias foi transformada em estudo e dedicação para compreender o que aconteceu e ajudar outras famílias a não passarem pelo mesmo. “A Laura, com toda a vida que tinha naqueles 28 centímetros de altura e 440 gramas, deixou a inspiração para que eu tivesse, mesmo nas piores condições, força para impactar a vida de outras pessoas”, conta.

Como funciona

O robô é alimentado por informações colhidas pela equipe médica. Na prática, ele processa todas elas identificando alterações que possam indicar o início de uma sepse. Com os casos registrados, ele aprende sozinho e vai fortalecendo sua base de dados para que esses alertas sejam cada vez mais rápidos e objetivos.

 

Hoje, a tecnologia da Laura funciona em seis hospitais do Paraná e de Minas Gerais. Também está em fase de implantação na Santa Casa de Porto Alegre (RS) e no hospital A.C.Camargo, em São Paulo.

O levantamento

O levantamento foi feito pelo cientista de dados da Laura, Felipe Barletta, que é estatístico e mestre em Bioestatística pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Foram três etapas até chegar ao cálculo de dez vidas salvas por dia. Primeiro, foram selecionados os pacientes monitorados pela Laura em cinco hospitais, de outubro de 2016 a dezembro de 2018. Depois, foram identificados os pacientes que receberam, pelo menos, um alerta gerado pelo Robô Laura que tenha resultado em abertura de protocolo de sepse e/ou prescrição de antibiótico. Desses pacientes, os que receberam alta foram considerados salvos com a ajuda da Laura. Em todo o período analisado (822 dias), 9.029 pessoas foram salvas, ou, em média, dez vidas por dia. “Esse é um avanço na análise de inteligência artificial no setor hospitalar. Com a expansão da Laura para outras instituições, nossa expertise e capacidade de gerar informações só vai aumentar”, comenta Barletta.

Uma história entre 9 mil

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Bianca com os pais. Foto: arquivo pessoal/divulgação

Entre tantas vidas salvas está a da Bianca. Ela nasceu em 2018, com apenas 27 semanas de gestação. Com a saúde frágil, teve hemorragia pulmonar e sepse tardia (quando a infecção manifesta-se após 72 horas de vida). “Foi uma situação bem difícil porque ela teve várias apneias, além de pneumonia. O que me dava segurança era saber que o hospital tinha o monitoramento do Robô Laura, que gerou alertas para que a equipe de enfermagem checasse o estado da minha filha”, conta a mãe Jéssica Amaral. Bianca recebeu alta depois de 77 dias e hoje esbanja saúde.

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