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São elas

São elas. Todas elas. Teimosamente, bravamente, ainda que exaustas, elas por elas.
Dia Internacional da Mulher

São as Marias, que acordam às 5h para pegar o ônibus lotado e limpar a casa dos “patrões” como quem cuida do próprio lar.

As Patrícias, que cuidam dos filhos, vão para a academia e deixam as marmitas da semana prontas.

As Daianes, que mudam de país em busca dos sonhos de menina, confiantes na grandeza que – lá no fundo – sabem que têm, mas teimam em negar.

As Maras, que se dedicam aos alunos como aos próprios filhos e não medem esforços para garantir o melhor aos pequenos.

As Andrezas, que não se cansam de estudar, ainda que isso custe noites de sono e momentos de descontração.

As Anas, que olham primeiro para os outros, mesmo quando precisam abrir mão de algo.

São as Lucianas, que deixam os projetos atrasados de lado para oferecer um ombro e ouvido amigos.

As Marianas, que circulam em “ambientes masculinos” – quem foi que fez a separação das exatas e humanas entre homens e mulheres?

As Frans, que colocam amor no tempero do almoço, só para ver o sorriso de quem senta às suas mesas.

As Tamires, que pacientemente ensinam pela décima vez a mesma técnica para a amiga avoada.

As Maísas, que choram a gravidez interrompida.

As Julianas, que choram a gravidez indesejada.

As Alices, que criam os filhos sozinhas.

As Fernandas, que enchem o carro de doações para entregar a desconhecidos com dores que, embora bastante conhecidas, passam invisíveis sob os mais diversos olhares.

As Melinas, que gerenciam uma equipe só de mulheres – não por capricho, mas pela confiança no trabalho e conhecimento de cada uma.

As Gabrielas, que amam ler e têm indicações na ponta da língua para quem quiser.

São as Helenas, que atravessam a rua quando percebem uma obra logo à frente e se constrangem com o medo do assédio garantido.

As Priscilas, que não se esquecem do abuso sofrido na infância e lutam contra o próprio trauma todas as noites.

As Déboras, que levaram mais de dois anos para perceber o relacionamento abusivo.

As Carolinas, que denunciaram as agressões.

As Tatianas, que não tiveram tempo de denunciar.

São elas. Todas elas. Teimosamente, bravamente, ainda que exaustas, elas por elas.

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