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Grupo dança tango para amenizar sintomas de Parkinson

Y a Bailar, idealizado pela psicóloga clínica Elizabeth de Fátima Szczygel, ensina Tango a quem recebeu o diagnóstico da doença
Alunos das aulas de Tango para pessoas com Parkinson, em Curitiba-PR. Foto: reprodução / Facebook.

Um projeto especial em Curitiba (PR) vem transformando a rotina de pessoas que têm Parkinson – doença degenerativa que atinge o sistema nervoso central. Y a Bailar, idealizado pela psicóloga clínica Elizabeth de Fátima Szczygel, ensina Tango a quem recebeu o diagnóstico da doença. Desde 2018, a dança latina ajuda na melhora do equilíbrio, coordenação motora, rigidez muscular e até na autoestima dos alunos.

Tudo começou quando Elizabeth, apaixonada por Tango, resolveu oferecer as aulas da dança na Associação Paranaense dos Portadores de Parkinsonismo (APPP). “É o que me faz me sentir feliz. O maior presente que eu ganho são eles. Quando eles vem com a bengala, rígidos, vem dançando, aos pouquinhos se soltam. No final da aula, na hora de ir embora, até esquecem a bengala. É muito lindo”, conta a psicóloga.

Atividades para os pacientes

Na Associação, os pacientes têm acesso gratuito a uma série de atividades e tratamentos. São 45 especialistas, com atendimentos em fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, nutrição e neurologia, entre outros. E é nas aulas de dança que muitos se divertem.

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“Eles começam a fazer aula comigo e alguns depois até chegam a procurar uma escola. Quem se interessa vai além”, conta a professora. Todas as quintas-feiras, no período da tarde, uma média de seis casais esperam ansiosamente por mais uma aula da dança latina.

E não só Tango, como também a Milonga é praticada durante as aulas. O gênero musical folclórico que vem da Argentina tem um ritmo mais leve. “Fazemos meia hora de Tango, meia hora de Milonga. Com passos mais leves, eles se sentem melhor dançando. É uma superação individual”, esclarece Elizabeth.

“Foi a melhor coisa que aconteceu para mim”

O engenheiro agrônomo aposentado Emerson Gonçalves Martins, de 74 anos, recebeu o diagnóstico da doença de Parkinson em 2007. Assim que começaram a surgir os primeiros sintomas, ele logo procurou a ajuda de médicos, por orientação. “Sentia que havia alguma coisa de errado comigo. Nunca imaginei que teria Parkinson. Quando o neurologista falou, eu quase caí de costas. Sempre fui muito ativo, mas aí a coisa começou a pegar”, conta.

Emerson e a esposa, Dilma, de 71 anos, frequentam as aulas de Tango da APPP desde 2018, quando o projeto começou. Desde então, seguem dançando às quintas-feiras. “Eu sou suspeita para falar porque eu adoro dançar. Desde criança, ouvia música e saía dançando. Eu percebo nas aulas como é importante para eles. No semblante você vê que estão desanimados. De repente aquele convívio faz com que eles melhorem, saem da aula sorrindo”, confidencia Dilma, que sempre acompanha o marido.

O casal é inspiração para novos alunos e também para aqueles que seguem no tratamento da doença. De passo em passo, movimento em movimento, os pacientes sentem a melhora significativa dos sintomas. “Quando eu comecei, eu não conseguia beber uma garrafinha de água sozinho. É uma evolução positiva. Você começa a receber orientações, fazer mais exercícios, terapia, dança, tudo que você imaginar. Comecei a notar que quem fazia isso melhorava. Então percebi que tinha que caminhar para esse lado. Foi a melhor coisa que aconteceu para mim”, explica Emerson.

A doença de Parkinson

O Parkinson provoca um distúrbio neurológico progressivo, causando degeneração das células de uma região do cérebro chamada de substância negra. Estas células produzem a dopamina, que é fundamental para o controle dos movimentos. Dessa forma, a falta ou diminuição da dopamina provoca sintomas como tremores, lentidão dos movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, alteração na fala e na escrita. Também pode provocar pressão baixa, muito suor, constipação, depressão, dores pelo corpo, amortecimentos e formigamentos.

A doença é geralmente associada a pessoas mais idosas, mas também pode se manifestar em adultos jovens em casos mais raros. A idade média do início da doença é ao redor dos 50 ou 60 anos, podendo acometer qualquer pessoa.

Fundada em 2000, a Associação Paranaense dos Portadores de Parkinsonismo (APPP) oferece às pessoas com a doença acompanhamento e tratamento gratuito. Situada em Curitiba, a sede da APPP fica na Avenida Silva Jardim, 3180, bairro Água Verde. Contato pelo telefone (41) 3014-5617.

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