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Três livros de ficção com protagonistas mulheres (e escritos por autoras!) para se inspirar

O papel das mulheres na literatura não se reduz a leitoras. Descubra três histórias incríveis escritas por mulheres – e protagonizadas por elas.
O papel das mulheres na literatura não se reduz a leitoras. Descubra três histórias incríveis escritas por mulheres – e protagonizadas por elas.

No Brasil, discute-se pouco a presença das mulheres na literatura. Apesar de representarem cerca de 53% dos leitores brasileiros, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), suas histórias são menos lidas e discutidas.

Hoje, trazemos uma lista de obras escritas por mulheres e que têm como protagonistas mulheres inspiradoras. Se prepare, são histórias impossíveis de largar no meio!

Como dizem, a vida inspira a arte. Não quer dizer que um livro é ficcional que ele não apresenta situações que realmente acontecem na vida real. É o caso das três histórias desta lista, todas inventadas, mas com um quê de verdade! Confira a lista a seguir:

A pérola que rompeu a concha

Escrita por Nadia Hashimi, americana com descendência afegã, o livro conta a história de Rahima e de suas irmãs, jovens que moram em um Afeganistão dominado pelo Talibã. O pai das meninas é viciado em ópio e frustrado por não ter tido um filho menino.

Neste contexto, a família decide aderir ao costume do bacha posh, ou seja, vestir Rahima como garoto até a puberdade, idade de casar. A menina, então, torna-se Rahim e pode ir à escola, fazer compras e interagir com a cidade, experiência que a muda para sempre.

Ainda existe o costume da bacha posh no Afeganistão. Foto: Loulou d’Aki/Reprodução

Mas, quando a idade chega, ela precisa renunciar à essa liberdade e se casar. Para tirar forças e viver esse momento difícil, Rahima se ampara nas histórias de sua trisavó Shekiba, que também viveu como bacha posh, que foi a Cabul e serviu no palácio do rei.

Os capítulos intercalam a vivência das duas meninas, que tiveram que amadurecer cedo por conta de suas dores. Ao mesmo tempo, ressalta como elas conseguem se destacar em uma sociedade reprime a expressão feminina.

A leitura, apesar de tratar de um tema difícil, é fluida e instigante. Expressa-se a riqueza da cultura árabe, desde a vivência cotidiana até as grandes salas do palácio de Cabul. Além, é claro, da presença de heroínas fortes e bem construídas.

“Nadia elabora com maestria uma trama que incorpora narrativas de sobrevivência, maternidade e força interior. Alternando entre a tragédia e o triunfo, esta obra certamente será apreciada pelos leitores que se deleitam com protagonistas fortes.”

– Library Journal

A rede de Alice

A Rede de Alice narra a trajetória de um esquema de espiãs mulheres que levavam mensagens da Inglaterra para seus aliados da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial.

A rede realmente existiu na época, mas Kate Quinn constrói a sua história a partir de personagens fictícias: Charlie St. Clair, universitária que enfrenta o pós-Segunda Guerra grávida e tenta encontrar a prima francesa Rose (que teria morrido na Segunda Guerra), e Eve Gardiner, espiã que atuou na Rede de Alice quando jovem.

Trinta anos depois da espionagem, Eve vive sozinha em Londres, revivendo os traumas da Guerra. Contudo, quando Charlie a encontra, as duas começam juntas uma busca pela verdade.

O esquema feminino de levar mensagens criptografas realmente existiu. Foto: Wikimedia Commons/Reprodução

Assim como A pérola que rompeu a concha, este livro mescla acontecimentos de duas épocas diferentes, vivenciadas por duas mulheres fortes e inspiradoras. Mesmo no cenário de terror da Primeira Guerra, a Rede de Alice conseguiu provar que as espiãs eram tão capazes quanto os homens, sendo essenciais para salvar milhares de vidas.

A história é hipnotizante! Apesar de ser um livro grande, é praticamente impossível largar até terminar.

“Esta é uma história incrível de coragem e redenção.”

– Reese Whiterspoon

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O resto da história

Por fim, O resto da história é um romance e apresenta a história de uma família pela perspectiva de Emma Saylor, que perdeu a mãe ainda quando era criança. Assim, ela foi criada pelo pai e pela avó paterna, mantendo praticamente nenhum contato com a família de sua mãe depois da morte dela.

Isso até ela não ter com quem ficar e passar uma temporada de verão junto com a avó, as tias maternas e seus primos. Durante essa jornada, Emma conhece mais sobre o passado de sua mãe, mas também passa a conhecer mais a si mesma.

Na companhia dos primos e do amigo de infância, Emma Saylor começa a conhecer a mãe e também a si mesma. Foto: Rafaella Ferraro/ Unsplash

Além da família, a garota conta com a companhia de Roo, seu amigo de infância. Os dois se reconectam e compartilham de um sentimento que ultrapassa a amizade…

Escrito por Sarah Dessen, o livro possui uma pegada de romance adolescente, ao mesmo tempo em que reflete sobre questões importantes, como família e identidade. Vale a pena mergulhar nessa história!

“Eu amei O resto da história e já estou com saudade da grande e animada família de Emma Saylor.”

– Moonlight Books

E você, tem uma história preferida de ficção protagonizada por uma mulher? ❤️

Reportagem de Isabela Stanga, sob orientação de Ana Flavia Silva.