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Coral regido por médico-maestro leva conforto a pacientes de hospitais

Bruno é regente de um dos principais corais do Paraná, o Madrigal Vocale. Nesta época do ano o grupo apresenta músicas natalinas em busca de conforto em momentos tão delicados.
Coral Madrigal Vocale. Foto: divulgação.

O médico Bruno Spadoni atende diariamente dezenas de pacientes nos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba-PR. Ele também percorre com frequência vários hospitais pela cidade sem exercer a medicina, mas levando música e conforto a pacientes, familiares e profissionais de saúde.

Bruno é regente de um dos principais corais do Paraná, o Madrigal Vocale. Nesta época do ano o grupo apresenta músicas natalinas em busca de conforto em momentos tão delicados. E foi o que o médico fez justamente no Pronto Socorro, nas UTIs, nos corredores dos hospitais onde aplica a medicina. “Para a recuperação e tratamento dos pacientes, a música é uma forma de direcionar a mente e a alma para sentimentos mais leves e bonitos. O paciente esquece um pouco a doença. É como se abrisse uma janela para as coisas boas da vida, em oposição à dor e ao sofrimento”, avalia Spadoni.

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Paixão que começou cedo

Bruno Spadoni nasceu no interior de Goiás, na cidade de Rio Verde. Aos cinco anos de idade, ele ganhou o primeiro violão e começou a cantar no coral da igreja onde morava. Já adolescente, com 14 anos, mudou-se para Curitiba. Foi então que conheceu o coral Madrigal Vocale, que havia acabado de ser formado pelo padre José Penalva. Na mesma época, Bruno começou a cantar na Camerata Antiqua de Curitiba. Ficou por anos conciliando os dois corais, até que durante a faculdade precisou escolher apenas um. Madrigal Vocale foi sua opção.

O músico concluiu a faculdade de medicina em 1992 e dois anos depois, quando terminou a residência, passou a atuar profissionalmente no Hospital Universitário Cajuru. Há quase 30 anos Bruno atua como médico na instituição.

Música que cura

A música tem sido usada como tratamento de dores físicas e emocionais há muitos anos. O primeiro registro de música como terapia foi feito em 1859, pela enfermeira Florence Nightingale, fundadora da Enfermagem Moderna. A música auxiliou no tratamento de dores físicas e emocionais de feridos na I e II Guerras Mundiais.

A música pode potencializar efeitos de drogas anestésicas e analgésicas, também pode reduzir e controlar a dor e a ansiedade. Ela reduz o estresse, a tensão e induz o corpo ao relaxamento.

No Brasil, um estudo realizado com 50 pacientes internados na enfermaria do Hospital Regional de Barbacena Dr. José Américo, vinculado à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, concluiu que a música teve um impacto positivo nos dados vitais e na percepção dos pacientes. Durante sessões de musicoterapia à beira do leito, com duração de 15 minutos cada, os participantes experimentaram uma significativa redução da dor, bem como diminuição da pressão arterial e frequência respiratória. O estudo, realizado entre fevereiro e agosto de 2016, teve seus resultados publicados na Revista Médica de Minas Gerais.

No ambiente hospitalar, é perceptível o impacto positivo que a música proporciona, conforme observado pela analista de Pastoral Sênior dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, Telma Rodrigues. Regente de coral e com formação em música, incluindo especialização em musicoterapia, ela destaca: “Eu estudei e conheço na teoria os benefícios da música para pacientes, familiares e funcionários do hospital. Na prática diária, comprovo o que as pesquisas afirmam: a música realmente faz a diferença nos tratamentos.”