O médico Picasso Rodrigues, do Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba, comemora pela primeira vez o Dia do Médico, como profissional na área, após um drama pessoal. Ele passou por 22 cirurgias e ficou três meses internado, após sofrer com agressões depois de um assalto, em 2010.
Hoje, Rodrigues trabalha na Unidade de Saúde Parque Industrial e em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), em Curitiba. Ele divide o tempo entre a Prefeitura e a Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas).
Rodrigues havia saído para festejar, quando teve o rosto desfigurado após agressões, mas diz que vê sua experiência como uma oportunidade de inspirar outros para superar adversidades. “Isto poderá ajudar outras pessoas a perceberem que, por pior que as coisas estejam, há como mudar e ressignificar nossas vidas”, comenta.
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Assim, a violência se tornou uma virada para o profissional seguir o sonho de infância, que o levou a se tornar médico aos 39 anos, após anos de preparação e mudanças de cidade.
Em 2018, Rodrigues saiu de Maringá e foi transferido para a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), onde, além de adquirir conhecimento, recuperou parte da autoestima, graças a uma cirurgia de proteção facial realizada por colegas, em 2022.
Apesar das sequelas que acarreta a agressão, incluindo perda de audição, visão, olfato e paladar, Rodrigues permanece inabalável. “Nada teria sentido se eu não fosse médico”, afirma.
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*Leandro Bernardi, sob orientação de Ana Flavia Silva